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Destaques

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Marta: vamos dar uma bela virada

Publicado no Bodega Cultural

Marta declarou hoje à imprensa que as eleições em São Paulo ainda não estão definidas como pensam algumas pessoas em razão das recentes pesquisas divulgadas pela mídia, dando larga vantagem ao seu oponente.

Marta acredita que há muita gente indecisa, e ainda as que podem mudar o voto numa análise mais profunda e racional na hora de escolher o candidato na urna. Segundo Marta, essas pessoas podem fazer a diferença e estabelecer uma grande virada, a exemplo da que ocorreu na Bahia com Jack Vagner, contrariando todas as pesquisas encomendadas e vencendo a oligarquia Carlista.

Para quem não se lembra, Wagner tinha 13% das intenções de voto no fim de agosto. A primeira possibilidade de mudança de rumo surgiu apenas no sábado, véspera da eleição, com uma pesquisa do Ibope que apontava 51% para Souto (PFL) e 41% para Wagner (PT). "Agora quem tem que explicar são os institutos de pesquisa, não eu. Eles é que têm que dizer se estavam mentindo, se estavam vendidos", disse Wagner após a vitória.

"Acredito que nós podemos dar uma bela virada porque este é o momento que as pessoas começam a focar, as pessoas começam a conversar com o vizinho, com a tia, com o melhor amigo. Aquela indecisão pode virar uma decisão e é isso que estou esperando", disse Marta.

"Eu gostaria muito de vencer esta eleição porque me considero mais preparada que meus adversários. Fiz muitos acertos, muitos erros, mas aprendi com eles e conheço muito esta cidade", disse.

Marta alertou o adversário a evitar o salto alto, lembrando o ato do então candidato a prefeito Fernando Henrique Cardoso, que em 1985 sentou na cadeira de prefeito antes do resultado da eleição, que acabou vencida por Jânio Quadros.

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Estamos muito mal com essa classe média e essa elite paulistana conservadora e predadora!

por Alexandra Peixoto

Pois é, tudo indica que o Kassab vencerá.

Eu fico sem saber o que dizer, o que pensar. Sinto quase um impulso de escrever aqui que, mais uma vez, os pobres, e só eles, daqui de São Paulo, terão um tratamento indigno. Se lascarão, no português das ruas. Continuarão a sofrer na ida e na volta para casa, presos em engarrafamentos infinitos, espremidos nos ônibus, trens e metrôs. Continuarão a esmolar uma vaga numa creche por anos, continuarão a ter um dos piores ensinos públicos do Brasil. Os jovens da periferia continuarão a ser marginalizados, sem cultura, sem lazer, sem uma formação adequada. Suas vidas nada valerão. Tudo isso, todo esse desperdício de potencial humano para satisfazer a um projeto obsessivo e egoísta de poder. O projeto que quer eleger, em 2010 José Serra para presidente do Brasil. Custe o que custar, doa a quem doer. E atropelarão, ou tentarão, quem vier pela frente. Com o exército midático todo trabalhando numa frente de dar arrepios.

Porém, vendo que a classe média paulistana é a mais conservadora do país e esta se recusa a enxergar no Kassab uma verdadeira marionete comandada por Serra, vendo que essa mesma elite deseja o pior para as classes menos favorecidas e constatando, ainda, que estes mesmos eleitores conservadores continuam a acreditar na Folha, no Estadão e na Veja como baluartes da competência jornalística, não me resta mais nada a não ser desejar que se arrependam muito, amargamente, dolorosamente por essa escolha grotesca. Porque sua falsa sensação de segurança jamais ser tornará segurança real enquanto as massas estiverem espoliadas de lazer, cultura, educação, oportunidades, saúde, moradias decentes. Porque, por mais caro que sejam os carros de suas garagens, eles sempre serão alvos de roubos e assaltos enquanto existirem pobres e oprimidos, à margem da sociedade. Porque, por mais veloz e potente que sejam seus gigantescos carros, sua velocidade média jamais passará do 14 km/h. Porque, com tantos carros, o ar que respiramos sempre será o mesmo para todos, isto é, o pior possível (isso sim é democracia: não dá pra separar o pior ar e mandar esse ar para a periferia, ufa!).

Essa classe média e essa elite conservadora querem todos os privilégios para si, não soltam o osso por nada, se recusam a partilhar de sua riqueza, nem que seja através de um voto progressista. Não, preferem votar num partido que foi o sustentáculo da ditadura, partido esse que precisa, para não morrer, mudar de sigla a todo momento, na esperança de que a memória curta dos brasileiros os auxiliem na conquista do poder.

A mim não me importa se Kassab é gay. Me importa se ele cria cargos para empregar seu companheiro. Me importa e me incomoda o nepotismo. Me incomoda ter visto ele vetar tantos projetos importantes e agora vir dizer que vai reapresentar os mesmos projetos. Me incomoda a educação pública ser uma verdadeira vergonha, me incomoda os postos de saúde apinhados de gente, sendo tratados como bichos. Aliás, aqui em São Paulo, os bichos são infinitamente melhor tratados do que as pessoas.

Me incomoda muitíssimo se fazer economia às custas da qualidade do ensino público, do achatamento dos salários de professores e policiais. Tudo isso para fazer caixa para o projeto político e econômico de José Serra.

A consistência política de Kassab é nenhuma, sua popularidade vem exclusivaemente da competência de seus marqueteiros em maquiar um candidato inexpressível e torná-lo palatável aos olhos dos cidadãos. Seu compromisso é e seguirá sendo o de servir às elites e ao seu protetor, José Serra. Só que, para desespero de todos os que se engajarem nesse projeto político, repito uma frase do Paulo Henrique Amorim: é mais fácil o Vesgo, do Pânico, se eleger presidente do que o vampiro do Serra. Mesmo com a blindagem da Globo, mesmo com o Serra ditando a pauta dos jornais, mesmo sem "caos aéreo paulistano" ou sem "caos na segurança pública paulistana" (afinal todas as crises e todo o caos é sempre federal, nunca do Estado de São Paulo, né?). Não adianta não publicar que o PCC continua a existir, não adianta maquiar os dados dos homicídios, não adianta manipular a mídia. Serra jamais será presidente do Brasil.
Porque nossa sociedade está farta desse elite predadora. Está farta desses tucanos incompetentes, autoritários e corruptos.

Alguém aqui se lembra do caso Alston? E do buraco do metrô? E do PCC? E da Eloá? E da desgraça maior que é a escola pública de SP? E da higienização social onde os pobres são tratados pior que lixo? Alguém sabe o que pensa José Serra?

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Justiça eleitoral: pesos e medidas

Postado em Futepoca

Nas eleições de 2004, em Mauá, minha cidade natal e domicílio eleitoral, o candidato petista Márcio Chaves teve sua candidatura cassada pela justiça eleitoral. O processo começou com uma representação apresentada pelo vereador Manoel Lopes, então no PFL, que viria a se tornar DEM, por uso da máquina administrativa municipal para fazer campanha. O crime foi a exposição Túnel do Tempo, criada pela gestão de Oswaldo Dias (PT, então em seu segundo mandato) para comemorar os 50 anos de emancipação da cidade, comemorados naquele ano.

Marcio venceu o primeiro turno, com 91.910 votos (45%) contra 79.584 votos (39%) do segundo colocado Leonel Damo, do PV. O candidato verde é um tipo de Paulo Maluf mauaense. Foi prefeito na cidade duas vezes, fez um monte de obras do tipo asfalto, prédios públicos, essas coisas de empreiteiras, ganhou uma penca de dinheiro. Tem esquemas com os principais empresários, como o famigerado Baltazar, proprietário das empresas de ônibus. É dono de uma casa que é uma espécie de sítio num bairro central da cidade, ocupando uns dois ou três quarteirões murados. Hoje, como em 2004, é visto como ultrapassado e corrupto e enfrenta uma rejeição enorme. Enfim, o petista tinha boas chances de vencer a disputa no segundo turno, apesar de a disputa estar acirrada.

Mas a juíza eleitoral Ida Inês Del Cid aceitou o pedido e cassou Marcio. Não satisfeita, poucos dias depois da primeira decisão, proclamou Damo eleito. A decisão da juíza mostrar-se-ia acertada, mas um pouco apressada: recursos petistas ao TRE e TSE prolongaram a indefinição sobre as eleições por mais ou menos um ano, até que Damo fosse oficialmente empossado (nesse período, o então presidente da Câmara, Diniz Lopes – irmão mais novo do Manoel que fez a representação – governou a cidade interinamente, aumentou os salários dos servidores e formou uma base de eleitores que lhe rendeu 17% dos votos em 2008, quando se candidatou a prefeito).

Eu me lembro de passar pela malfadada exposição Túnel do Tempo. Era uma espécie de tenda em forma de, bem, túnel, com imagens históricas, alguns textos, coisa e tal, colocada no centro da cidade. Não vi nada demais e estranhei quando veio a notícia da cassação com base naquilo. Depois me explicaram que fazia parte da exposição um vídeo que tinha menções positivas a Marcio Chaves, que era secretário de Saúde na administração Dias. Segundo matéria que resgatei do Terra: “De acordo com a decisão, a exposição foi realizada fora do prazo legal de três meses que antecedem as eleições. Pires teria infringido o Artigo 73 da Lei Eleitoral, que caracteriza o ato de propaganda institucional proibida.”

Pois bem. A justiça eleitoral considerou justa a cassação da candidatura de Marcio Chaves por conta de um vídeo em uma exposição realizada por alguns dias no centro da cidade, o que provavelmente deve estar certo. Mas cabem algumas ponderações. Mauá não é São Paulo, mas é uma cidade grande, com mais de 200 mil eleitores. O tal vídeo poderia ter algum efeito, mas não creio que fosse determinante. Tanto que os jornais da região deram (me lembro bem) a foto de Damo sendo prematuramente empossado pela juíza, mas não fiquei sabendo de nenhuma repercussão ao tal do vídeo antes da decisão da justiça.

Agora, a mesma justiça aprecia o pedido de cassação da candidatura Kassab. Todo mundo no estado de São Paulo sabe qual foi o fato que levou ao pedido, o tal do checão. E todo mundo sabe porque a foto do ato apareceu na capa dos dois maiores jornais do estado e do país. E Kassab não é secretário municipal, é o próprio prefeito. E apareceu do lado do governador do estado, seu principal apoiador e padrinho político (atual, antes ele teve outros).

E a decisão (tanãm!) é uma multa de R$ 5.320,50. A diferença de pesos e medidas sempre me impressiona.

PS: Para quem tiver paciência, veja aqui um vídeo que demonstra o alto nível da argumentação contra os petistas na cidade.

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O que querem que eu faça?

Postado em Cidadania.com

Que fique aqui vertendo chavões pró-Marta ou anti-Kassab enquanto a petista e o resto do grupo político de Lula se acovardam diante da mídia?

Cobram-me engajamento na campanha de Marta Suplicy. Paralelamente, analiso o quadro político de uma perspectiva mais ampla e ao longo do tempo, e a estratégia do grupo político de Lula para enfrentar o de Serra.

Em vez de falar da campanha em São Paulo, prefiro analisar se existe razão para esse otimismo do grupo de Serra em relação a 2010 e se o grupo de Lula tem razão na estratégia que adotou para enfrentar o governador paulista.

Primeiro, temos que ter em mente um horizonte mais amplo. Um blog como este não muda nada fazendo campanha. Ainda mais quando se trata de uma campanha cuja estratégia é a de demonização do adversário, por mais que esse adversário esteja ao lado do pior da política brasileira e por representar um previsível fracasso em sua administração da maior cidade sul-americana, atirada num caos urbano que em parte nenhuma do país chega aos pés do caos paulistano.

Prefiro discutir se eventuais fracassos do grupo de Lula em Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, no pior cenário que se possa imaginar, configurariam a derrota política expressiva que estão dizendo que seria.

Quantitativamente falando, em termos de coeficiente eleitoral, a parcela vitoriosa dos eleitorados dessas cidades menos a parcela derrotada produz um contingente de eleitores que pouco deve passar dos 5 milhões de pessoas num eleitorado que já passa muito da centena de milhão de eleitores.

Ao especular sobre o cenário mais sombrio de todos, ainda assim sobram motivos para relativizar uma improvável vitória completa dos conservadores no Nordeste, no Sul e no Sudeste do país. Até porque, seriam vitórias em centros urbanos densamente povoados e o excedente anti-Lula nesses centros, que permitiria tal vitória conservadora, numericamente não chega a ser representativo no conjunto do eleitorado brasileiro.

No limite, é bom lembrar que uma capital conservadora como São Paulo está presa num cinturão de grandes cidades limítrofes onde o grupo de Lula está vencendo. Além disso, o PFL e o PSDB sofreram uma expressiva redução no número de prefeituras que governam, enquanto que o PT foi o que mais ganhou. Essa redução das administrações municipais da direita, por paradoxal que seja, praticamente pôs fim ao partido de Gilberto Kassab.

A partir do ano que vem, o mal chamado Democratas não governará mais nada relevante – e até irrelevante – politicamente além de São Paulo. Um partido com um número desprezível de prefeituras perde em capilaridade e em capacidade de renovação de sua bancada federal, e isso terá reflexo na eleição do novo Congresso em 2010.

Contudo, não se pode subestimar o peso político e econômico dos governos conseguidos pela direita. Ainda mais quando se leva em conta que o grupo político de Serra controla todos os grandes meios de comunicação do país.

A capacidade dessa gente de criar escândalos envolvendo seus adversários agora ganhará o apoio de dezenas de milhões de pessoas, entre as quais estão as mais influentes e poderosas do país, sem falar que os orçamentos dos governos estaduais e municipais do grupo de Serra conferem uma “capacidade de convencimento” enorme a esse grupo.

A mídia se converteu numa arma de permanente bombardeio do grupo político de Lula. Pode criar escândalos a partir do nada na hora que queira. Inventou um dossiê contra FHC, um grampo contra Gilmar Mendes e, ontem, para desmentir a menina Nayara, o assassino Lindemberg, os vizinhos “de parede” de Eloá e os peritos, todos os que afirmam peremptoriamente que não houve tiro antes da explosão, a mídia pôs no ar imagem de anônimos com rosto e voz distorcidos que dizem que houve o tal tiro.

Enquanto isso, o PT preferiu apelar para a principal arma da direita (difamação) em São Paulo, por exemplo, em vez de levantar um debate que esvaziaria o poder da mídia de se apresentar como juíza da partida, ou seja, dizer claramente à sociedade que a mídia é atriz no processo político. Que é jogadora, não juíza.

Se fizesse isso, o grupo de Lula anularia um importante ativo da direita. Bastaria ter usado o horário eleitoral em São Paulo para carimbar nas costas da mídia a pecha de partidária da direita no Brasil. Isso se espalharia como fogo, levantaria a militância.

Mas como fazer se Lula chega a ir prestigiar eventos da Veja? Como fazer se Marta Suplicy dá de bandeja a seus adversários a oportunidade de inverter os papéis de vítima e feitor do preconceito?

Lula continua acreditando que poderá ser aceito pela elite algum dia. E subestima o poder da mídia de fazer a crise internacional entrar mais no Brasil do que deveria, através daquele tipo de profecia auto-realizável na qual infunde-se desânimo e medo nos agentes econômicos, estes se paralisam e aos próprios negócios e, assim, vai se criando, artificialmente, uma situação recessiva que acaba por provocar quebradeira e desemprego...

Onde está o presidente Lula, que, até agora, não falou nem uma vez à nação, em cadeia nacional de rádio e tevê, sobre a crise no mundo rico? Por que ele deixa a mídia difundir esse pânico como quer?

Assim fica difícil, meus amigos. Não adianta eu exortar vocês para irmos às ruas protestar – e sem que se dê qualquer repercussão ao nosso esforço – enquanto o grupo de Lula contemporiza com a direita e dá à mídia o privilégio de poder se apresentar como juíza do processo político.

Corre um boato por aí, um boato que encanta até uma parte da esquerda, de que Lula quer queimar Dilma em 2010 para ele voltar nos braços do povo em 2014. Tenho uma certa dificuldade em aceitar essa hipótese. Será que Lula seria tão burro assim?

Serra pegando um país arrumadinho em 2010 – e com blindagem de uma mídia que o próprio PT e Lula sempre prestigiaram e pouparam de críticas –, o capo paulista pode se transformar no dono do país. Faria perseguições políticas usando as instituições do Estado e a mídia, aprovaria mudanças na Constituição que, além de tudo, permitiriam que se eternizasse no poder, e tudo isso, repito, com todos os grandes meios de comunicação apoiando – tevê, rádio, grandes portais de internet, jornais, revistas...

Em suma: o que querem que eu faça? Que fique aqui vertendo chavões pró-Marta ou anti-Kassab enquanto a petista e o resto do grupo político de Lula se acovardam diante da mídia? Melhor eu tratar de vender minhas pecinhas, porque os tempos ficarão bicudos se Lula e seu grupo não acordarem e partirem para o enfrentamento político. Se fizerem isso, estarei na linha de frente.

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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

É muito bom falar a verdade

Postado em Guerrilheiros Virtuais


Posturas diferentes

Em chat do IG, Marta diz que o que a diferencia de Kassab é que ela fala a verdade
Ao participar do vídeo-chat do Portal IG, Marta deixou claro a diferença entre as duas candidaturas que disputam a eleição de domingo. Como o adversário passou a apresentar propostas similares às da candidata da coligação Uma Nova Atitude para São Paulo, um internauta questionou qual seria a principal diferença entre os dois. “A principal diferença é quem fala a verdade e quem não fala”, resumiu Marta.

Marta apontou várias incongruências entre as propostas do adversário e suas práticas políticas. Ela escolheu os CEUs como principal referência dessa contradição, ao lembrar que Kassab diz que fez 25 desses equipamentos públicos, quando, na verdade foram apenas 14, já que os demais estão em obras ou nem começaram a ser construídos. O episódio do desafio que Kassab fez a Marta, no debate da Record, para vistoriar o CEU Formosa foi lembrado. “Mostrei que o CEU está começando a terraplanagem, enquanto o prefeito mostrou no computador um projeto de como vai ficar o CEU”, disse.

“Eu fiz os CEUs e acredito neles. Eles não acreditam no conceito de RedeCEU, que promove inclusão social”, disse Marta, mostrando reportagem do Jornal Agora, em que Kassab diz, com todas as letras, que: “Construção de CEU não é prioridade”. “É como a história das creches. Ele diz que vai zerar as 110 mil crianças fora de creche, o que significaria construir uma creche a cada dois dias”, afirmou Marta.

A candidata voltou a defender o conceito da RedeCEU, que prevê toda criança da rede municipal de educação terá acesso a teatros, piscinas, cinemas, cursos de música e áreas de lazer. “Eles [PFL/DEM] não acreditam que a pessoa mais carente mereça essa janela de inclusão e oportunidades”, criticou. Marta disse ainda que seu sonho é que a classe média volte a disputar as vagas das escolas públicas, como era há 50 anos atrás. “Se tivermos um transporte excelente, também, a classe média vai deixar o carro em casa”, acrescentou.

Pensar grande

Como a ousadia dos CEUs, Marta quer também que São Paulo tenha internet gratuita na cidade inteira e que seja um pólo mundial de tecnologia. Ela contou que o BID já se interessou em financiar um pólo de pesquisas e indústria de tecnologia. “São Paulo tem que pensar grande. São Paulo é uma Berlim”, disse ela, falando da cidade européia que tem internet banda larga gratuita.

“São Paulo não pode ficar sem grandes projetos. A Coréia do Sul deu esse salto tecnológico, mostrando que é possível. Nós vamos qualificar a população para essas novas tecnologias”, declarou a candidata.

Marta ficou surpresa ao saber que o brasileiro é o internauta que mais fica conectado no mundo. Perguntada sobre sua proposta de internet banda larga gratuita, Marta contou que o presidente Lula tem todo o interesse em investir em tecnologia, como já tem demonstrado. O governo federal pretende ativar um projeto de financiamento de compra de computadores para populações carentes, com prestações de R$ 30 por mês. “Como o custo da internet é de cerca de R$ 60 ao mês, valerá a pena comprar um computador e usar a rede gratuita da Prefeitura”, ponderou.

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Eleições 2008: Sampa

Na Prática a Teoria é Outra

A impressão que se tem é que em São Paulo não há segundo turno. A escorregada da Marta na propaganda, somada a um cerco de mídia impressionante (todas as TVs, todos os Jornais com Kassab - na verdade, com Serra), praticamente cancelaram a primeira semana de campanha. A campanha parece ter começado agora, mas a diferença é muito, muito grande.

E tem uma coisa que eu não entendo: não vi praticamente nenhum gesto para atrair eleitores tucanos.

Talvez essa eleição fosse invencível, com duas facções representando 60% do eleitorado disputando do outro lado. Mas a diferença está grande demais.

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Três lances da mídia pró-Kassab

Postado no Blog do Miro

Na reta final do segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo, a mídia hegemônica tirou a máscara de vez e mostrou que está totalmente engajada na campanha do demo Gilberto Kassab, “laranja” do governador tucano José Serra. Em três lances, ela confessou que encara esta batalha como estratégica, como uma prévia da sucessão presidencial de 2010, e que está comprometida até a medula com o retorno a Brasília do bloco liberal-conservador desalojado por Lula em 2002.

O primeiro lance se deu com a celeuma sobre a peça publicitária da campanha de Marta Suplicy que indagava se Kassab “é casado e tem filho”. A mídia taxou o comercial como preconceituoso e passou a bombardear a candidata. Num lance de hipocrisia sem precedentes, a mesma mídia que devastou a vida da ex-prefeita resolveu posar de “politicamente correta”. O jornal Folha de S.Paulo, que mantém sólida relação com José Serra, foi o mais inescrupuloso na manipulação.

O “trabalho sujo” da Folha

O próprio ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, chiou contra a abjeta cobertura. Na sua coluna de domingo, ele contabilizou os petardos contra Marta Suplicy em apenas cinco dias. “O estado civil de Gilberto Kassab (DEM) gerou quatro chamadas de capa, 11 abres de página, 24 matérias, oito colunas, seis notas, 19 cartas de leitores, 1.172 centímetros de textos noticiosos (cerca de quatro páginas cheias). Até o correspondente em Pequim foi mobilizado para escrever sobre o assunto... Este exagero despropositado é grave erro editorial”.

Mas não se trata apenas de “grave erro editorial”, mas sim de uma opção político-eleitoral. Como reconheceu o ombudsman, a cobertura provocou “desequilíbrio total” na disputa. “Marta Suplicy recebeu nestes cinco dias uma carga de matérias negativas absolutamente desproporcional em relação o seu adversário.... Ao estimular o bate-boca indigente e ajudar para que o insinuado na propaganda do PT ficasse explícito, o jornal abriu mão de fomentar o debate sadio. Ele nunca deveria se prestar ao trabalho sujo que outros veículos fazem com muito prazer e competência”.

Globo: “chapa-branca” de Serra

O segundo lance da campanha midiática pró-Kassab se deu com a “guerra das polícias” ocorrida em frente ao Palácio dos Bandeirantes. O grosso da imprensa simplesmente isentou o governador José Serra de culpa no conflito, que resultou em 23 feridos. A TV Globo foi a mais descarada na blindagem ao tucano, evitando desgastar o seu candidato às vésperas da eleição. Numa cobertura que relembrou os períodos sombrios da ditadura, a emissora repercutiu apenas as graves mentiras do governador, que se recusou a negociar com os grevistas e culpou o PT e PDT pelo confronto.

O experiente repórter Rodrigo Vianna, que saiu da TV Globo devido à violenta manipulação das eleições presidenciais de 2006, denunciou no seu novo blog. “A emissora do Jardim Botânico transformou a cobertura da ‘guerra entre as polícias’ num diário oficial de José Serra. A ordem era proteger o governador, dizem-me colegas que trabalham na Globo de São Paulo e que pedem anonimato. Conversei no sábado com três deles: a orientação aos editores era botar no ar trechos imensos de uma entrevista chapa-branca com o Serra, escolhidos a dedo pela direção global”.

Ligações promíscuas com Ratzinger
“Quando saí da TV Globo, em 2006, escrevi uma carta interna aos colegas em que rememorei – entre outros – o episódio das ‘perguntas feitas sob encomenda’ para José Serra, numa entrevista ao vivo no SP-TV, às vésperas da eleição. Três jornalistas, diretamente envolvidos na entrevista, contaram-me essa história, ali nos corredores da Globo: As entrevistas com os outros candidatos foram feitas sem interferências, com perguntas duras, como é de se esperar numa cobertura normal. Na vez de Serra, o Ratzinger pediu para ver as perguntas que seriam feitas. Desde sua caverna no Rio de Janeiro, ele deu ordens para mudar tudo e aliviar as coisas para o tucano”.

O episódio rememorado por Rodrigo Vianna confirma a antiga e promíscua relação entre o grão-tucano e a poderosa Rede Globo. Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora, leva a alcunha de Ratzinger, nome original do atual Papa, famoso por seus atos obscurantistas na época em que era responsável pela censura na Congregação da Doutrina da Fé. Segundo Rodrigo, “Ratzinger é um manipulador nato, um agente das sombras. Ainda vai provocar muitos estragos na audiência da TV Globo... Ele está mais preocupado em agradar o governador do que em fazer jornalismo”.

Omissões na morte de Eloá
Logo na sequência, o terceiro lance da manipulação pró-Kassab. No caso do seqüestro em Santo André, que resultou na morte da jovem Eloá Pimentel, a mídia novamente isentou o governador. Os graves erros cometidos na ação policial não sofreram maiores críticas. Quando do acidente da TAM, a mídia se apressou em culpar o presidente Lula. Caso a esquerda governasse São Paulo, seria o maior bombardeio contra a operação desastrosa. Mas como é José Serra, a mídia evitou averiguar as responsabilidades. Isto poderia prejudicar seu candidato a prefeito, o demo Kassab.

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