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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Três lances da mídia pró-Kassab

Postado no Blog do Miro

Na reta final do segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo, a mídia hegemônica tirou a máscara de vez e mostrou que está totalmente engajada na campanha do demo Gilberto Kassab, “laranja” do governador tucano José Serra. Em três lances, ela confessou que encara esta batalha como estratégica, como uma prévia da sucessão presidencial de 2010, e que está comprometida até a medula com o retorno a Brasília do bloco liberal-conservador desalojado por Lula em 2002.

O primeiro lance se deu com a celeuma sobre a peça publicitária da campanha de Marta Suplicy que indagava se Kassab “é casado e tem filho”. A mídia taxou o comercial como preconceituoso e passou a bombardear a candidata. Num lance de hipocrisia sem precedentes, a mesma mídia que devastou a vida da ex-prefeita resolveu posar de “politicamente correta”. O jornal Folha de S.Paulo, que mantém sólida relação com José Serra, foi o mais inescrupuloso na manipulação.

O “trabalho sujo” da Folha

O próprio ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, chiou contra a abjeta cobertura. Na sua coluna de domingo, ele contabilizou os petardos contra Marta Suplicy em apenas cinco dias. “O estado civil de Gilberto Kassab (DEM) gerou quatro chamadas de capa, 11 abres de página, 24 matérias, oito colunas, seis notas, 19 cartas de leitores, 1.172 centímetros de textos noticiosos (cerca de quatro páginas cheias). Até o correspondente em Pequim foi mobilizado para escrever sobre o assunto... Este exagero despropositado é grave erro editorial”.

Mas não se trata apenas de “grave erro editorial”, mas sim de uma opção político-eleitoral. Como reconheceu o ombudsman, a cobertura provocou “desequilíbrio total” na disputa. “Marta Suplicy recebeu nestes cinco dias uma carga de matérias negativas absolutamente desproporcional em relação o seu adversário.... Ao estimular o bate-boca indigente e ajudar para que o insinuado na propaganda do PT ficasse explícito, o jornal abriu mão de fomentar o debate sadio. Ele nunca deveria se prestar ao trabalho sujo que outros veículos fazem com muito prazer e competência”.

Globo: “chapa-branca” de Serra

O segundo lance da campanha midiática pró-Kassab se deu com a “guerra das polícias” ocorrida em frente ao Palácio dos Bandeirantes. O grosso da imprensa simplesmente isentou o governador José Serra de culpa no conflito, que resultou em 23 feridos. A TV Globo foi a mais descarada na blindagem ao tucano, evitando desgastar o seu candidato às vésperas da eleição. Numa cobertura que relembrou os períodos sombrios da ditadura, a emissora repercutiu apenas as graves mentiras do governador, que se recusou a negociar com os grevistas e culpou o PT e PDT pelo confronto.

O experiente repórter Rodrigo Vianna, que saiu da TV Globo devido à violenta manipulação das eleições presidenciais de 2006, denunciou no seu novo blog. “A emissora do Jardim Botânico transformou a cobertura da ‘guerra entre as polícias’ num diário oficial de José Serra. A ordem era proteger o governador, dizem-me colegas que trabalham na Globo de São Paulo e que pedem anonimato. Conversei no sábado com três deles: a orientação aos editores era botar no ar trechos imensos de uma entrevista chapa-branca com o Serra, escolhidos a dedo pela direção global”.

Ligações promíscuas com Ratzinger
“Quando saí da TV Globo, em 2006, escrevi uma carta interna aos colegas em que rememorei – entre outros – o episódio das ‘perguntas feitas sob encomenda’ para José Serra, numa entrevista ao vivo no SP-TV, às vésperas da eleição. Três jornalistas, diretamente envolvidos na entrevista, contaram-me essa história, ali nos corredores da Globo: As entrevistas com os outros candidatos foram feitas sem interferências, com perguntas duras, como é de se esperar numa cobertura normal. Na vez de Serra, o Ratzinger pediu para ver as perguntas que seriam feitas. Desde sua caverna no Rio de Janeiro, ele deu ordens para mudar tudo e aliviar as coisas para o tucano”.

O episódio rememorado por Rodrigo Vianna confirma a antiga e promíscua relação entre o grão-tucano e a poderosa Rede Globo. Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora, leva a alcunha de Ratzinger, nome original do atual Papa, famoso por seus atos obscurantistas na época em que era responsável pela censura na Congregação da Doutrina da Fé. Segundo Rodrigo, “Ratzinger é um manipulador nato, um agente das sombras. Ainda vai provocar muitos estragos na audiência da TV Globo... Ele está mais preocupado em agradar o governador do que em fazer jornalismo”.

Omissões na morte de Eloá
Logo na sequência, o terceiro lance da manipulação pró-Kassab. No caso do seqüestro em Santo André, que resultou na morte da jovem Eloá Pimentel, a mídia novamente isentou o governador. Os graves erros cometidos na ação policial não sofreram maiores críticas. Quando do acidente da TAM, a mídia se apressou em culpar o presidente Lula. Caso a esquerda governasse São Paulo, seria o maior bombardeio contra a operação desastrosa. Mas como é José Serra, a mídia evitou averiguar as responsabilidades. Isto poderia prejudicar seu candidato a prefeito, o demo Kassab.

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Um comentário:

William Mendes disse...

Amigos do blog,

É tudo tão nojento que mais tenho vontade de esquecer esse negócio de apostar na democracia e tentar disputar os espaços burgueses. NÃO HÁ IGUALDADE DE DISPUTA! Acabo achando que só se resolveria toda essa sacanagem através da famosa ditadura do proletariado... (bobagem eu sei, até porque os poderosos é que têm o poder econômico para impor ditaduras...)
ABRAÇOS (e ainda temos até domingo para convencer a maioria menos privilegiada a não votar no algoz)