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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Bronca do ombusdman da Folha expõe o 'trabalho sujo' da mídia nas eleições paulistanas

Postado no Futepoca

No boteco, sempre comento que o "fenômeno" Gilberto Kassab, que superou Marta Suplicy no 1º turno na cidade de São Paulo, não foi nenhum fenômeno para mim. O fato de ele ter começado a campanha tão atrás da candidata petista só me fez desconfiar mais ainda das pesquisas - que davam como certa a vitória petista, mesmo que por um ou dois pontos. Furo n'água. Sempre achei que Kassab disputaria de igual para igual com quem quer que fosse no segundo turno. E não digo isso considerando apenas a fritura pública de Alckmin pelo próprio PSDB (ou melhor, pelo José Serra). Pensem comigo: além de nunca ter disputado uma eleição sequer - e, conseqüentemente, nunca ter "apanhado" de fato como Marta, Geraldo Alckmin e Paulo Maluf já "apanharam" na vida -, Kassab tem a máquina municipal e estadual a seu favor e, vantagem das vantagens em qualquer disputa eleitoral, a mídia todinha ao seu lado.

Prova disso é que, na edição do último domingo da Folha de S.Paulo, o próprio ombudsman do jornal, Carlos Eduardo Lins da Silva, criticou a berrante diferença de tratamento para os dois candidatos neste 2º turno. "Marta Suplicy recebeu nestes cinco dias uma carga de matérias negativas absolutamente desproporcional em relação a seu adversário", disparou Silva, sem rodeios. "Por exemplo, ela foi alvo de oito textos opinativos críticos; Kassab, de nenhum. Das 19 cartas publicadas, 15 foram contra Marta. Registre-se que o 'Painel do Leitor' recebeu 224 cartas contra ela e 55 a favor. Mas para o ombudsman, a relação foi inversa: 36 pró e 8 contra a ex-prefeita", prosseguiu. E, no desfecho, além de criticar a postura da Folha, ainda esculachou a concorrência: "(...) o jornal abriu mão de fomentar o debate sadio. Ele nunca deveria se prestar ao trabalho sujo que outros veículos fazem com muito prazer e competência."

Pois é: apesar de eu não ser nenhum entusiasta da função de ombudsman (e muito menos da Folha de S.Paulo), ele disse pouco, mas disse tudo. Só que essa - previsível e explícita - fuzilaria contra Marta pode ser um tiro no pé, uma percepção que talvez tenha motivado a bronca de Carlos Silva nos colegas de redação. O povo não é bobo. Vamos pra virada, Marta!

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Editado às 11h30

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Um comentário:

Anselmo disse...

é curioso ver o "placar" das cartas. Parece que os críticos à linha editorial do jornal encontram mais espaço na coluna do ombudsman do que no painel do leitor.

isso é um dado positivo sobre a experiência do ombudsman, mas tbem pode ser uma forma de "acolher" também os leitores insatisfeitos, vistos, no caso, como clientes insatisfeitos. Mas as ouvidorias servem pra isso mesmo.

Agora, o fato de nunca ter disputado uma eleição torna um candidato menos conhecido, e criar uma imagem negativa desse personagem era missão da campanha dos rivais. Se Alckmin não fez isso (por acordo partidário ou erro de estratégia política), quem deveria se preocupar era a campanha da Marta. Deixar para desconstruir só no segundo turno a imagem forjada no primeiro é complicado. No mínimo, são menos semanas. Com a mídia a favor desse candidato, fica mais complexo mesmo...